"Todos os museus públicos acabam por enfrentar dificuldades económicas"
Já passaram dois anos desde que chegou ao Museu Rainha Sofia, em Madrid. Foram ultrapassadas as suas expectativas?
Num museu as expectativas são ultrapassadas todos os dias, em cada exposição, com os artistas e com as obras de arte que estão mais além do que imaginamos antes de nos confrontarmos com elas. Acon-teceu-me isso agora com a exposição de Luciano Fabro, porque escolhi os quadros por fotografias e quando as tirei das caixas foi uma revelação.
O balanço é muito positivo?
Sim, tive ocasião de preparar exposições de artistas com quem sempre desejei trabalhar. Às vezes até parecia que estava a receber presentes de boas-vindas. Em Serralves, por exemplo, nos últimos anos, a programação estava a ficar mais reduzida por causa da crise e havia artistas com quem eu queria trabalhar mas não conseguia programar. E curiosamente estavam programados no Rainha Sofia. Quando cheguei [em janeiro de 2013], comecei a trabalhar numa exposição que tinha sido coproduzida com Serralves, de Cildo Meireles. Neste momento tenho três exposições inauguradas em Madrid nas quais estou diretamente implicado como comissário. As de Luciano Fabro e Janet Cardiff & George Bures Miller, no Palácio de Velázquez (Parque do Retiro) e uma aqui no museu, de Juan Luis Moraza.